Raúl Sandoval Calderón, um dos três visionários que iniciaram o que hoje é o Grupo Hazesa, conta como a empresa tem sido conduzida há 33 anos, revendo todos os marcos fundamentais que a tornaram o que é hoje. 

Sandoval lembra que o início da empresa não estava diretamente ligado à água, mas ao interior, à logística. 

"A ligação não foi imediata porque a Hazesa começou como uma pequena empresa de transporte. Como muitas outras, transportávamos cargas por meio de rotas federais. Com o passar do tempo, a frota foi aumentando, graças aos esforços de nossos colaboradores", diz ele.

"Nosso início na logística, associado ao porto, começou após o terremoto de outubro de 1995, que teve seu epicentro em nosso estado de Colima e destruiu parte da infraestrutura do porto de Manzanillo. Esses danos resultaram em uma série de problemas para as companhias de navegação ao remover seus contêineres do porto. Dessa forma, a ideia de ter esplanadas para armazenar contêineres vazios fora do terminal germinou rapidamente", acrescenta ele.

 

Maersk, um grande parceiro

O esforço e a qualidade dos serviços da Hazesa chamaram a atenção da Maersk, que imediatamente a reconheceu como uma parceira em potencial para suas operações em terra. Assim, a Hazesa começou sua jornada para o mar. 

"O primeiro a entrar em contato com a Hazesa para implementar um depósito de contêineres fora do local foi a Maersk. A empresa dinamarquesa de transporte marítimo nos deu a confiança necessária para iniciar essa nova linha de negócios com um cliente importante. O convite desse gigante da logística foi um enorme desafio que enfrentamos com grande rigor profissional e, logo após o início das operações do nosso pátio, outras linhas começaram a chegar, como Sudamericana de Vapores, NYK, Sea Land, Maruba, só para citar algumas", lembra Sandoval.

"O pátio de contêineres vazios avançou com muito sucesso, e seu papel energizou o negócio portuário, ajudando as empresas de navegação a otimizar seus processos logísticos. A aliança com a Maersk foi consolidada e, graças a isso, a Hazesa e eles formaram uma parceria em que fui nomeado diretor e fiquei encarregado de ajudar na entrega, recepção, limpeza e reparo de contêineres. Ao mesmo tempo, nossa frota de caminhões aumentou, graças à aquisição de novas unidades, mas também à formação de uma comunidade onde tínhamos a carga e sub contratamos os serviços de transporte para outros proprietários de máquinas que estavam disponíveis para trabalhar sob o padrão de qualidade que já era uma marca registrada da nossa empresa", lembra ele.

Na água

A aliança com a Maersk significou dar passos em direção ao mar, mas, primeiro, a empresa continuou a fortalecer seu modelo de negócios. Depois, de mãos dadas com um novo aliado, ela se aproximou ainda mais das operações portuárias. 

"Há vinte anos, a Maersk decidiu transferir suas operações portuárias de Manzanillo para o Porto de Lázaro Cárdenas, no Estado de Michoacán, e nos convidou para nos juntarmos a eles como parceiros logísticos. Fizemos isso por alguns anos até que decidimos mudar nosso modelo de negócios e acabamos alugando nossa infraestrutura em vez de operá-la diretamente", explica ele.

A etapa anterior à operação de uma doca envolveu o armazenamento de minerais para o Grupo Mexico. A operação permitiu que Hazesa aprendesse detalhadamente a dinâmica do porto e os diferentes tipos de granéis minerais. 

"Para falar sobre isso, devo mencionar o Grupo Mexico, que nos pediu para armazenar muitos minerais que eram entregues a eles em nosso depósito, mas que eram entregues a empresas transnacionais envolvidas na comercialização de commodities", diz Raul Sandoval.

"Graças a essa aliança virtuosa, os materiais das minas começaram a chegar a todo o México, e nós os misturamos, condicionamos e, finalmente, tivemos de enviá-los pelo porto. Essa nova expansão da Hazesa nos permitiu aprender em detalhes os processos para torná-los mais eficientes e ecologicamente corretos. Toda essa experiência foi o prelúdio para participar do processo de licitação para a concessão da construção e posterior operação do terminal de Manzanillo, o que aconteceu em 2012, quando fizemos a oferta mais competitiva em comparação com o consórcio espanhol com o qual chegamos à final", acrescenta.

 

Honestidade e disposição

Embora a Hazesa tenha começado na década de 1990, Raul diz que a presença dele e de sua família remonta a 1975. Sua honestidade e disposição para aprender sempre foram características marcantes, permitindo que se adaptassem a todos os empreendimentos. 

"Chegamos a Manzanillo em 1975. Desde aquele momento, nossa marca registrada tem sido o trabalho árduo e o compromisso com cada um de nossos clientes ao longo dos anos. Esses valores nos foram transmitidos pela família de nossos pais: a honestidade e a vontade de aprender coisas novas foram a chave para consolidar a reputação da Hazesa como um parceiro confiável para cada vez mais operações logísticas, sejam elas terrestres ou marítimas", diz ele. 

O grupo se consolidou totalmente em 2015-2016, quando abriu o terminal de granéis no Porto de Manzanillo, um dos mais importantes do México devido a suas conexões marítimas, volumes de carga, concorrência e localização geográfica. Esse marco foi motivo de orgulho para Raúl Sandoval, envolvendo anos de trabalho e superação de inúmeros obstáculos.

"Tenho orgulho de ter transformado a eficiência do sistema de carregamento de navios, o que se traduz em estadias nas docas que passaram de 4 ou 5 dias para apenas algumas horas. Até 2023, estimamos que chegaremos a 2,5 milhões de toneladas transferidas em nosso terminal", diz ele.

Nesta etapa do empreendimento da Hazesa, a Kalmar e SITSA desempenharam - nas palavras do próprio Raúl Sandoval - um papel de parceiro eficiente e resiliente. 

"Se somos eficientes, não é apenas pela vocação de serviço da equipe humana da organização que dirijo, mas também porque adquirimos equipamentos resistentes que garantem o melhor desempenho: foi assim que chegamos à marca finlandesa Kalmar. O reachstacker da Kalmar tem nos proporcionado excelentes resultados em nossas operações. Também tivemos bons resultados com as 6 empilhadeiras grandes, com capacidade de elevação de 25 a 30 toneladas", diz ele.

"Sendo Manzanillo um consumidor de máquinas Kalmar, com resultados já tão bons, complementados pela proximidade de outros terminais, gostaria de agradecer a seus representantes no México, o SITSA, que sempre se preocupa com a satisfação de nós, seus clientes. Temos um depósito completo de peças e sobressalentes a poucas horas de voo de Manzanillo, portanto a manutenção é feita com planejamento, o que nos permite ter tudo o que precisamos a tempo. Quando surgem imponderáveis, os executivos da Kalmar e da SITSA sempre conseguem resolvê-los rapidamente. Não tenho dúvidas de que devemos parte do sucesso da Hazesa aos nossos equipamentos Kalmar, robustos e confiáveis", diz Raúl Sandoval. 



Fonte: Portal Portuario